segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Primeiro Carnaval A Gente Não Esquece...

Este é o terceiro post neste blog falando sobre carnaval desde que conheci o Bangalafumenga enquanto batuqueiro. O primeiro relatou minha emoção de ter começado esta jornada. O segundo relatou a ansiedade e a realização do nosso primeiro show no Clube Pinheiros. Seria no mínimo loucura da minha parte se eu não escrevesse algo sobre o meu primeiro carnaval em São Paulo como parte da bateria.

Obrigado multidão!
Passar 4 noites seguidas (por "coincidência" as noites que antecediam ao desfile - que foi parado) sem dormir e acordando durante a noite, sentindo sono e ainda assim sem conseguir pregar o olho. Tudo isso por causa do dia 02 de fevereiro. Dia pelo qual vínhamos ensaiando desde maio (alguns desde 2011) e no qual era a nossa hora de parar de sorrir em um grupo restrito de pessoas e levar estes sorrisos que estampam os nossos rostos para mais gente (cerca de 22 mil pessoas nas ruas da Vila Madalena, segundo estimativas da PM e mais de 20 mil pessoas confirmando a presença no evento no convite oficial do mesmo no Facebook).
 
Os dias que antecederam o meu primeiro carnaval (e da maioria) e o segundo de um grande grupo da bateria de São Paulo foram de ansiedade, assim como contei no post em que falava sobre o show do Pinheiros. A diferença aqui se deu pelo fato de termos uma multidão confirmando presença pelo evento no Facebook, causando uma certa apreensão. E isso não só porque tocaríamos na frente de uma multidão, mas porque sabíamos que o local seria pequeno para tanta gente. Assim sendo, nós batuqueiros e a organização tentamos avisar aos convidados que chegassem cedo. Em vão, pois muita gente acabou não vendo a apresentação pelo fato do local estar simplesmente LOTADO e por isso o trânsito de pessoas ter sido bastante complicado (acho que agora a prefeitura aprendeu o poder da alegria em reunir pessoas).

O sorriso do "palhaço"
Mas nem isso tirou a animação da grande maioria, que agora podemos saber por agradecimentos, posts no Facebook e outras formas de comunicação, que curtiram muito a energia daquele sábado. Onde o sol pegou os desavisados sem filtro solar de surpresa (afinal, no Banga "Todo Dia Tem Céu Azul", já dizia Matheus Von Kruger) e a chuva esperada, assim como em 2011 (onde eu era apenas folião), veio para animar ainda mais todos os que lá estavam querendo pular e se divertir (já durante a apresentação do Sargento Pimenta, quando aproveitamos para curtir e descarregar toda aquela emoção e tensão acumulada).

Poder ajudar na organização dentro do possível e tocar foi uma experiência completa, mas vamos aqui nos concentrar na música. Como em todo show faço, aqui não poderia deixar de apresentar o setlist:
Nosso mestre e nossa voz
  1. Sexta feira
  2. De Amor é Bom
  3. Novidade
  4. Ai Que Saudade D'Ocê
  5. Pelas Ruas
  6. Trem das Onze
  7. Funk dos Orixás
  8. Lourinha Bombril
  9. Fio Maravilha/País Tropical
  10. Canto da Raça/Anunciação
  11. Caminho das Águas
  12. Homenagem aos Batuqueiros
  13. Maracatu Embolado
  14. Moça Bonita/Taxi Lunar
  15. Sempre Tem Céu Azul
  16. Raça
  17. Cirandeiro
  18. Frevo Mulher
  19. Não Quero Dinheiro
  20. Especial Samba
  21. Mineira
  22. Festa Profana
  23. É Hoje
Uma mistura de mestres cariocas e paulistas nos guiando. Baterias do Rio (nosso porto seguro) e de São Paulo (os aprendizes) juntas, independente do nível de conhecimento e prática com os instrumentos, levando uma multidão a gritar após cada música. E pulando até ficar sem fôlego, principalmente em 'Trem das Onze', 'Lourinha Bombril', 'Fio Maravilha/País Tropical', 'Frevo Mulher' e 'Não Quero Dinheiro'. Olhar e ver até a última pessoa onde o seu olhar alcança (devido a uma subida na rua) pulando é demais!

Nosso mestre mirim e mascote não iria nos abandonar
Poder expressar nossa felicidade, empolgação e emoção, que de verdade espero que todos que lá estavam vendo possam ter sentido, em 'Homenagem aos Batuqueiros', quando pulamos e nos divertimos como qualquer outro folião. Poder tirar um momento para se emocionar enquanto tocamos 'Todo Dia Tem Céu Azul', saindo diretamente da voz do compositor (já antes citado Mateus Von Kruger) e deixar as lágrimas saírem durante a música. É o resultado não só de ensaios, mas da união, da amizade, do respeito que surgiu do que poderia ser simplesmente uma oficina de percussão.

Ver nosso mestre Negão e nossa voz Rodrigo Maranhão pulando de um lado para o outro durante a bossa número 1 do samba especial e ter vontade de estar lá no meio pulando com eles. Ver que nosso mestre mirim e mascote Thiaguinho não nos abandonou e surgir nos ombros do mestre Negão e cantando 'Trem das Onze' como se fosse sua música preferida de infância que lhe trazia memórias tão saudosas de sua vida, claramente envolvido naquela atmosfera. Dar um abraço em cada um ao final do show e dar um abraço coletivo, vendo mestres e batuqueiros com sorrisos felizes e com o sentimento de missão cumprida no olhar. Querer que toda a multidão nos abraçasse e pulasse junto conosco. Esse é o Banga!

Que venha o carnaval do Rio, onde vou poder ter a sensação do meu primeiro carnaval novamente, graças ao mestre Joãzinho (Gracie) Di Sabbato e seu convite para integrar o naipe carioca das caixas (sempre como aprendiz e apaixonado por esta nova brincadeira). E que venha 2013 inteiro com novos batuqueiros, outros shows, mais ensaios abertos e toda a preparação para 2014, quando se a prefeitura deixar, teremos mais de 20 mil foliões pulando ao mesmo tempo.

Mas antes disso que venha o Jamiroquai na quinta feira, pois este blog já estava sentindo falta dos shows...

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